Summary
O presente resumo é fruto de pesquisas realizadas pela autora e pelo autor há mais de uma década e nosso objetivo é fazer uma breve reflexão crítica do processo de transição do trabalho escravizado ao trabalho livre no Brasil, entre os anos de 1888 e 1930, visto que os moldes da abolição promovida e coordenada pelas elites brasileiras manteve intacta a riqueza advinda do trabalho escravizado, jogando toda a população recém liberta numa verdadeira condição de miserabilidade.A maneira como fora conduzida a Abolição da escravidão no Brasil deve ser entendida, sobretudo, como uma consolidação da estratégia de nossas elites em manter a sua riqueza concentrada, seja porque não houve a reforma agrária, logo, a terra permaneceu agregada nas mãos de poucos, seja porque não houve nenhuma medida de reparação econômica e social às/aos negras/os e indígenas libertas/os e indígenas, sendo essas/es obrigadas/os a permanecerem na mesma situação de trabalho escravizado ou jogadas/os nas periferias dos centros urbanos em crescimento.Deve-se destacar que a história brasileira é marcada por intensos processos de lutas e resistências dos povos africanos, tradicionais, afrobrasileiros e afroindígenas, que, diante das condições desumanizadoras de vida, ocasionada pela escravidão, se viram forçados a lutar pelo reestabelecimento de relações humanas dignas. Portanto, o fim do trabalho escravizado possui fatores políticos protagonizados por quem foi escravizado/a, e jamais se tratou de uma iniciativa bondosa de quem escravizou, de quem produziu a maior barbárie humana na terra. Desse modo, voltar nesse passado nos ajuda a compreender porque ser negra/o e indígena no Brasil é o mesmo que ser pobre e que a luta anticapitalista precisa ser antirracista, visto que o racismo produz lucros ao capital e só superaremos um se também superarmos o outro.\ \ \ \
Keywords (separate with commas)
Escravidão, abolição, racismo e antirracismo.